Em apenas 41 meses, o trabalho de 30 mil operários conclui-se. Entre fatos e nomes importantes dessa historia, destacam-se: Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Juscelino Kubitschek, Joaquim Cardozo, Israel Pinheiro da Silva... Uma verdadeira infinidade de nomes diversas vezes esquecidos, porem essenciais, que ajudaram concretizar esse sonho, tornando-o realidade.
"A Brasília modernista não existiria sem Joaquim Maria Moreira Cardozo, o pernambucano que calculou os edifícios de Oscar Niemeyer"
Fato extremamente curioso e até mesmo engraçado foi à forma de como Lucio Costa integrou a equipe de Niemeyer.
"Faltando apenas dez minutos para o termino do prazo estabelecido para a entrega dos trabalhos ao concurso quando o carro encostou à porta principal do prédio modernista. Um guarda chegou a reclamar da manobra, proibida. As filhas de Lucio, Maria Elisa, estudante de arquitetura, e Helena, ainda menina, saíram correndo com pranchas de cartão duro debaixo do braço. Uma das folhas levava colado o traçado da cidade, na improvável forma de avião, em escala de 1/25 000, a nanquim e colorido com lápis de cor. Outras quatro cartolinas tinham, cada uma, seis páginas datilografadas, com alguns poucos desenhos, da memória descritiva do projeto. Eram 3 857 palavras que começavam com um pedido de desculpas pela 'apresentação sumária'."
"Faltavam cinco minutos para a meia-noite quando, na Praça dos Três Poderes, aos olhos de 30 000 pessoas, o cardeal português dom Manuel Gonçalves Cerejeira, representante do papa João XXIII, deu início à celebração de uma missa solene. Sobre o altar, erguia-se a cruz de ferro que, 460 anos antes, abençoara a primeira missa em terra brasileira. Trazida do museu da Sé de Braga, em Portugal, a velha cruz não foi a única relíquia incorporada à solenidade: minutos mais tarde, no instante da Consagração, repicou o sino cujo toque teria anunciado em Vila Rica a execução de Tiradentes em outro 21 de abril, o de 1792. Nesse momento, as luzes da praça, até então apagadas, se acenderam teatralmente, ao mesmo tempo em que dois portentosos holofotes miraram o céu, cortando com seus fachos coloridos o breu da noite planaltina. Não é de espantar que na primeira fila o presidente Juscelino Kubitschek tenha caído no choro, cobrindo o rosto com a mão direita. "
Especia Brasília -50 anos
Revista Veja.